sábado, 1 de maio de 2010

Lição 08


Exortação à Santificação

Leitura Bíblica em Classe


2 Coríntios 6.14-18; 7.1,8-10


Introdução

I. Paulo apela à reconciliação e comunhão (6.11-13)


II. Paulo exorta os coríntios a uma vida santificada (6.14-7.1)


III. Paulo regozija-se com as notícias da igreja de corinto (7.2-16)






Conclusão


Palavra-chave: santificação


I. Paulo apela à reconciliação e comunhão (6.11-13)

• “Paulo fez anteriormente um apelo aos coríntios para que respondessem à graça de Deus (2 Co 6.1). Agora ele faz uma comovente súplica para que eles respondam ao amor e afeto por eles. Sua boca continuava falando com eles, querendo que ouvissem. Seu coração estava ‘dilatado’ e permanecia assim (como indica o original grego). A palavra ‘coração’ era usada para expressar tanto pensamento quanto sentimento. Seu amor era o de um bom subpastor que leva o amor de Cristo ao rebanho.


Alguns coríntios podem ter sentido que Paulo não os amava. A verdade era que alguns estavam retendo o amor que sentiam por Paulo e seus companheiros. Como pai espiritual que os levara ao Senhor e a um novo nascimento pelo Espírito, ele apela que merece ‘uma recompensa [troca justa]’ dos seus ‘filhos’. Ele quer que eles dilatem os corações como ele o fez. E como qualquer bom pastor, ele quer sentir o afeto deles” (HORTON, Stanley M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro, CPAD, pp. 216,217).






II. Paulo exorta os coríntios a uma vida santificada (6.14-7.1)


• Professor, pergunte aos alunos: “O que significa santificação?” Ouça com atenção as resposta. Depois escreva no quadro-de-giz a palavra santificar. Explique que “a palavra santificar, nas Escrituras, significa basicamente ‘separar ou colocar de lado’. A palavra santificado tem a mesma significância de santo. Portanto, a santificação progressiva (tornar-se mais santo) e o crescimento espiritual são essencialmente o mesmo processo”.


Através da fé em Cristo, uma pessoa é nascida na família de Deus e se torna seu filho espiritual. Deus planejou que seus filhos espirituais cresçam em direção à maturidade espiritual e isto exige que eles pratiquem princípios bíblicos de crescimento espiritual e recebam o alimento espiritual de outros cristãos. O crescimento espiritual do cristão é chamado de ‘santificação progressiva’. Somos dramaticamente transformados por nosso nascimento espiritual (2 Co 5.17), mas Deus continua a nos transformar através da santificação.






HOLLOMAN, Henry. O Poder da Santificação. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1,2


Os três tipos de santificação


Santificação Posicional Santificação Progressiva Santificação Perfectiva


Evento passado — nascimento espiritual Processo presente — crescimento espiritual Evento futuro — perfeição espiritual


Salvação da pena do pecado Salvação do poder do pecado Salvação da presença do pecado


“Eu fui salvo” (Ef 2.8,9) “Eu estou sendo salvo” (Tg 1.21) “Eu serei salvo” (1 Ts 5.9)


Consagração do corpo (1 Co 6.19,20) Deterioração do corpo


(2 Co 4.16) Redenção do corpo


(Rm 8.23)


Início da redenção da alma Continuação da redenção da alma Conclusão da redenção da alma


Justificação e regeneração Santificação Glorificação


Extraído de O Poder da Santificação, CPAD, pp. 6,7.



III. Paulo regozija-se com as notícias da igreja de corinto (7.2-16)


• “O relatório trazido por Tito era animador. Mais que isso, Paulo alegrou-se ao ver a felicidade de Tito. Os crentes coríntios deram as boas-vindas a Tito, recebendo-o com temor e tremor. Pela maneira como reagiram e obedeceram os coríntios recrearam o espírito de Tito. Paulo tinha lhe assegurado que eles reagiriam assim. O que Paulo disse na carta dolorosa era verdade. Mas as coisas boas que disse sobre eles e a resposta obediente que esperava também comprovaram as verdadeiras. Isto levou Tito a lembrar-se deles com profundo afeto. Se eles não tivessem dado as boas-vindas a Tito, Paulo teria ficado desconcertado, envergonhado de se gloriar em algo que ele esperava que acontecesse. Mas ele não esperava ficar envergonhado, pois sabia que eles criam na Palavra de Deus. Ele sabia que estavam cheios com o Espírito Santo. Eles estavam em Cristo e Cristo estava neles. Visto que se provaram pela obediência e pela coragem em corrigir os erros tratados na carta dolorosa, ele se regozijava de poder depositar confiança absoluta neles” .






HORTON, Stanley M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Rio de Janeiro, CPAD, pp. 216,217




Extraído de:


HORTON, Stanley M. I & II Coríntios. 1 ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2003, p. 203.


HOLLOMAN, Henry. O Poder da Santificação. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD.


Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro, CPAD.


Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD.
Lição 9


A Restauração Espiritual de Davi






Texto Bíblico: Salmos 51.1-4,7-12,1



O homem segundo o coração de Deus tem em sua ficha uma mancha que o marcou profundamente, mas que também nos serve de exemplo de restauração espiritual.


Onde estava Deus quando Davi pecou? Aparentemente Deus estava bem distante de toda essa situação. Ele não se manifestou quando Davi acordou de tarde e passeou pelo palácio, olhou uma mulher, chamou e se deitou com ela. Ele não apareceu quando Urias se mostrou íntegro, nem livrou Urias da morte na batalha. Ele só apareceu no fim do versículo 27: ”Porém essa coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor”.


O fato de coisas ruins acontecerem conosco, ou por meio de nós, não indica que Deus não esteja por perto nem que Ele desconheça o que estamos fazendo ou sofrendo. O Senhor estava observando cada passo de Davi, seu comportamento, sua estratégia para se livrar do problema e os efeitos dela. Deus não estava ausente. Davi é que se esqueceu da onipresença de Deus e nem buscou ao Senhor quando tentado pela visão de Bate-Seba. O rei podia se satisfazer, matar e tentar encobrir suas falhas, mas não as esconderia de Deus.


O capítulo 12 e 2 Samuel começa com Deus agindo:”E o Senhor enviou Natã a Davi”.


O Senhor sabe como tratar com cada um de nós, pois conhece nossa estrutura. Para Faraó, Ele enviou um Moisés. Para Acabe, um Elias. Para Nínive, um Jonas. Para Saulo, um Ananias. Para Herodes, um João Batista. Para João Marcos, um Barnabé. E para a humanidade, Jesus. Em alguns casos, mensageiros convictos; em outros, mensageiros relutantes. Deus não deixa de revelar sua vontade, mas a reação a Deus depende de nós.


Para o rei Davi o profeta Natã. O profeta aponta para o rei o seu pecado, aquilo que Davi acreditava que estava encoberto.


“Pequei contra o Senhor” aqui começa a recuperação de Davi: com o reconhecimento do seu erro. O que precisava ser dito fora.


Qual é a garantia de que a confissão é importante para Deus? A própria Palavra de Deus. Ela garante que a confissão é premiada com misericórdia. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13).


Deus sabe que estamos sujeitos às leis deste mundo, mas exige que pautemos por manter uma vida dentro dos padrões estabelecidos por Ele. E quando nos afastamos desse padrão, Ele espera que admitamos nossa falha e retornemos para Ele por meio da confissão.


Não podemos ter por hábito apenas dizer para Deus o que fizemos como se lêssemos para Deus uma lista de nossas infelizes decisões e atos. Mais que enumerar pecados, Deus espera que concordemos com Ele que erramos e que precisamos do seu perdão.


E Davi reconheceu seu erro. Ele sabia que em Deus acharia a graça para a recuperação do seu pecado. Deus, por meio da confissão de Davi, não permitiria que ele permanecesse naquela situação: “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele o Senhor sustém com a sua mão” (Sl 37.23,24).


Não estamos imunes ao pecado em um mundo decaído. Não podemos dizer que jamais pecaremos, ou que ficaremos o tempo todo em vigilância. Mas podemos ter certeza de que Deus, em sua grande misericórdia, aceitará o pecador arrependido e o restaurará a comunhão perdida.






Texto extraído do livro: COELHO, Alexandre Claudino. et. al. Davi, As vitórias e as Derrotas de um Homem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Lição 10


A Defesa da Autoridade Apostólica de Paulo


Leitura Bíblica em Classe


2 Co 10.1-8,17,18


Introdução


I. Paulo responde aos seus adversários


II. Inimigos e armas espirituais do apostolado


III. A perspectiva de Paulo sobre autoridade


Conclusão


Tema deste Subsídio


AS ARMAS ESPIRITUAIS E OS INIMIGOS DA FÉ


Os versículos 4 e 5 de 2 Co 10 apresentam os seguintes desdobramentos em duas realidades presentes na vida cristã: as armas espirituais e o seu uso em relação aos inimigos da fé.


As Armas Espirituais

De acordo com a epístola aos Efésios, as armas em Deus são constituídas de Fé, Verdade, Justiça, Mensagem do evangelho e a Palavra de Deus (Ef 6.13-17). Entretanto, as armas carnais - Riqueza, Fama e Poder Político, aparecem no sentido oposto, sendo inúteis nas batalhas espirituais.


Assim exposto, Paulo demonstra a contradição com o evangelho aos que comparam a autoridade apostólica às confrontações opressoras disponibilizando critérios carnais de acordo com os padrões deste mundo (kata sarka, lit. “de acordo com a carne”). O apóstolo dos gentios nega que suas ministrações sejam estranhas à nova aliança (1. 17; 5.16; cf. Gl 16-24) e demonstra que, embora viva no mundo (sarke, lit. “carne”) e esteja deste modo sujeito às fraquezas e limitações humanas, ele está travando uma guerra espiritual (Ef 6.12), onde os recursos humanos não são relevantes. As armas necessárias, portanto, devem ser espirituais, trazendo consigo o poder de Deus para demolir as fortalezas espirituais.


Inimigos da Fé


Acerca dos sistemas filosóficos, frutos do mundo intelectual grego, Paulo retrata-os como fortalezas a serem demolidas (“sofismas” no v.4 da RA). Na contemporaneidade os principais pensamentos presentes no mundo são:






• PRAGMATISMO – O exercício das ações voltado somente para a obtenção de lucros ou vantagens;


• RELATIVISMO – Ausência do valor absoluto, a ideia de que a verdade depende do ponto de vista de cada indivíduo e circunstâncias que se encontram;


• HEDONISMO – Representa a busca intensa por prazer. O hedonista pergunta: Isto me dá prazer?;


• MATERIALISMO – Ignora completamente o valor imaterial (sentimento, amor, eternidade, Deus, etc...) das coisas, buscando a pura racionalidade, elegendo a perspectiva naturalista de vida.


Prezado professor, muitos certamente não sabem definir os termos acima descritos, mas vivem-nos da maneira mais intensa possível. Considerando isso, dentro do contexto cultural grego, Paulo diz, na epístola anterior, que o evangelho pareceria uma loucura para aqueles que vissem o mundo através das lentes da filosofia secular grega (I Co 1. 22). Além disso, o apóstolo no v. 4 afirma a arrogância e pretensões contidas neste sistema como oposição ao conhecimento de Deus revelado em Cristo. No versículo 5, o apóstolo traz a ideia central do cativeiro de todo o sistema mundano de pensamento, sendo levado em sujeição aos ensinos de Cristo. O evangelho para o homem natural é loucura, mas para os que estão revestidos das armas de Deus é poder.






Extraído de:
Comentário do Novo Testamento de Aplicação Pessoal, Vol.


2. Rio de Janeiro, CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD.
Lição 11


Davi e a Restauração do Culto a Jeová



Texto Bíblico: 1 Crônicas 16.7-14



O nome de Davi está associado à adoração, ao louvor, ao culto, ao canto, à poesia, à liturgia e à oração. A respeito dos instrumentos musicais no culto israelita, o Salmo 150 ilustra muito adequadamente o espetáculo filarmônico que era a adoração em Israel. São citados trombetas, harpa, adufe, instrumentos de corda, flautas, címbalos e o próprio fôlego (Sl 33.2).

Depois de o Senhor confirmar o trono de todo Israel a Davi (2 Sm 5.1-5,12), o rei faz da cidade de Jerusalém a capital do reino (2 Sm 5.6-12). Uma de suas iniciativas foi trazer a arca do Senhor, que ainda estava em Quiriate-Jearim, para Jerusalém (1 Sm 6; 1 Cr 15). Davi pretendia transformar Jerusalém no centro político e religioso de Israel; para isto celebra uma festa, transportando a arca em um carro novo. Neste assunto o rei mostrou-se displicente em relação ao transporte das coisas santas (Nm 33), uma vez que a forma correta de transportar a arca era sobre os ombros dos sacerdotes (Js 3.6) em vez de pô-la num carro novo. Quando se iniciou o transporte da arca, Davi e todo o Israel “alegraram-se perante o Senhor, com toda sorte de instrumentos”. Todavia, a procissão termina em tragédia pela imprudência dos responsáveis pela peregrinação da arca sagrada. Tempos depois, o rei inicia uma grande reforma religiosa (1 Cr 16). Depois de fixar a arca em Jerusalém, Davi, com cerca de trinta e sete anos, intenta construir um grande templo na capital; o Senhor, porém, proíbe-o de fazê-lo (2 Sm 7; 1 Cr 17). Essa tarefa será do sucessor de Davi, Salomão, a quem o rei aconselha (1 Cr 17; 1 Cr 22.6-19). Todavia, isso não impede que o músico de Javé, quase aos setenta anos, faça os preparativos para a construção do grande templo (1 Cr 22), designe os turnos e funções dos levitas (1 Cr 23), os vinte e quatro turnos dos sacerdotes (1 Cr 24), as funções dos cantores e (1 Cr 26), dos guardas do tesouro (1 Cr 26.20-28), dos oficiais e os juízes (1 Cr 26.29-32), o número do povo e as turmas de serviços para cada mês (1 Cr 27). Estavam, portanto, fundamentadas as bases da construção do Templo e de sua gestão e, por conseguinte, restaurada a adoração em Israel.

Na adoração a Deus, o adorador deve reconhecê-Lo como “digno de louvor” (Sl 48.1), “Altíssimo” (Sl 47.2), “Senhor” (Sl 31.21,23), “Pastor” (Sl 23.1), “Todo-Poderoso” (Gn 35.11; Êx 6.3), “misericordioso” (Sl 103.8; 116.6) entre outros indizíveis atributos morais e naturais de Deus. Adorar ao Senhor é mandamento incondicional (Sl 149.1). O Senhor deve ser adorado de manhã até a noite (Sl 113.3), hebraísmo que significa enquanto vivermos (Sl 146.2), ou em todo tempo (Sl 34.1). Na grande procissão em honra ao Senhor, o salmista Davi ordenara a todos que adorassem ao Senhor “na beleza da sua santidade” (1 Cr 16.29; 2 Cr 20.21; Sl 29.2; 96.9). Cantemos ao Senhor, Criador Absoluto de todas as coisas visíveis e invisíveis!

O modo de Davi exaltar a Deus e suas obras poderosas em favor de Israel consistia, em grande parte, em louvores e ações de graças. Segundo o novo concerto, todos os crentes são sacerdotes de Deus (1 Pe 2.5,9) e, como tais, devem desempenhar o ministério espiritual de louvores e ações de graças a Deus, “portanto, ofereçamos sempre, por Ele [Cristo] a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15). O louvor e a adoração do crente devem ser com palavras e também com atos e são aceitáveis diante de Deus, somente à medida que o crente for dedicado à sua Palavra, e não conformado com o mundo (Rm 12.1,2).



Bibliografia



BENTHO, Esdras. et. al. Davi, As vitórias e as Derrotas de um Homem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Lição 12


Visões e Revelações do Senhor

Introdução

I. A glória passageira de sua biografia (vv.11-33)

II. A glória das revelações e visões espirituais (12.1-4)

III. A glória dos sofrimentos por causa de Cristo (12.7-10)

Conclusão



Leitura Bíblica em Classe



2 Co 12.1-4,7-10,12



Tema do Subsídio



Perspectivas bíblicas e teológicas para o problema do sofrimento



A Bíblia Sagrada, Palavra de Deus, declara que o sofrimento humano é consequência da queda de Adão. A representação humana, por Adão, no jardim do Éden, trouxe a condenação a todos os homens. Esse ato não surgiu da volição de Deus, mas da vontade humana.

Na Escritura Sacra a questão não é “Se Deus é Justo?”, mas “como podemos (nós os humanos) justificarmos?” A queda foi resultado da rebelião de Adão. O pecado fez o homem cair, denotando as catástrofes de natureza cosmológica (Rm 8.20,22). Logo a natureza do sofrimento humano precisa ser vista sobre o ponto de vista bíblico antropológico, ou seja, as consequências das ações do homem.



O servo sofredor e a expiação de Cristo



O Evangelho de Cristo é integral, tanto corresponde a esfera material (corpo) quanto a esfera imaterial (alma/espírito). Em Isaías 53, é estabelecido o sofrimento do Servo Sofredor como pressuposto para a cura divina na expiação. O evangelista Mateus afirma exatamente o caráter curador físico da expiação. Isso é totalmente relevante porque os ensinos bíblicos da salvação e a natureza humana acham-se interligados, já que o ser humano não é uma associação desorganizada de corpo, alma e espírito. O ser humano é uma unidade e a salvação se aplica a todas as facetas da existência humana. “O Evangelho inteiro para a pessoa inteira” é um tema genuinamente bíblico que precisa ser reiterado a cada dia.



Reflexão:



“Se a raça humana foi criada por Deus para desfrutar integralmente de tudo, e esta era mesmo a sua intenção é razoável deduzir pelas evidências bíblicas que a cura (pelo menos num sentido limitado) faz parte da obra salvífica de Deus em Cristo.” (HORTON, Stanley M., Ed. Teologia Sistemática, uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 1996, p. 512).



Problemas Doutrinários sobre o sofrimento e o caráter limitado da restauração humana



A concepção triunfalista da extinção do sofrimento não é amparada pelos pressupostos bíblicos. O desejo de Deus é abençoar a sua criação e jamais amaldiçoá-la (Gn 12.3; Tg 1.17), porém, isso não significa que no tempo presente estamos livres de todo e qualquer tipo de sofrimento.

A conhecida fórmula da fé, baseada nas confissões humanas, tem sido o maior empecilho para compreender e viver de fato as benesses do Evangelho genuíno. Há vários problemas relacionados a esse movimento da fórmula da fé. Para eles é vergonhoso o crente está enfermo, porque há promessa da libertação total do sofrimento físico, riquezas e glórias são o que esperam os crentes. A confissão positiva mascara a realidade óbvia da vida, ou seja, o estabelecimento de um novo pensamento que nega a realidade do mundo físico é uma fuga da realidade.

Todos esses pressupostos são contraditórios aos ensinos das Escrituras. O apóstolo Paulo se refere aos sofrimentos da vida (físicos) que serão completamente removidos na redenção futura desse corpo físico, quando então os crentes a semelhança do Cristo ressuscitado terão seus corpos transformados. Em Romanos 8.18-27 fica explícita a condição presente da vida humana, totalmente envolvida em aflição e gemidos, denotando o caráter limitado da restauração humana no tempo presente, ou seja, a completa restauração do homem ainda estar por vir (Rm 8.18; 1 Co 15.42-47,50-55; 1 Jo 3.2).



Reflexão:



“O erro da teologia da fé é atribuir à cura divina [ou ausência de sofrimento] poderes que somente irão se manifestar nos fins dos tempos” (HORTON, Stanley M., Ed. Teologia Sistemática, uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 1996, p. 527).



Paulo e o sofrimento



“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.19b,20).



Para os cristãos judeus a autoridade apostólica era sinônimo de transportações de experiências espirituais portentosas. Paulo, porém, afirma que estas experiências não são evidência de autoridade apostólica e nem são de proveito para a congregação. Evidentemente, Paulo não nega o valor do dom de revelação dado pelo Espírito Santo (1Co 14.6,26,30), mas ele está lhe dando com os argumentos dos falsos apóstolos e em relação ao apostolado ele afirma que não está abaixo de ninguém, porque a experiência dada pelo Espírito Santo foi tão portentosa que para ele não se envaidecer, como os falsos apóstolos, foi-lhe dado um espinho na carne. A humildade de Paulo é tão clara, que ele narra o acontecimento na terceira pessoa, sendo honesto com a natureza da experiência, ou seja, ele não sabia se a visão fora dada dentro ou fora do corpo, “Deus o sabe” (v.3).

Fraqueza, limitações e sofrimentos eram características presentes na vida de Paulo. Não há certeza o que era o espinho na carne de Paulo, mas o Eterno por vontade soberana decretou a Graça consoladora em sua vida dando refrigério e paz. A expiação de Cristo propicia cura mediante a vontade soberana de Deus, “Paulo, no entanto, não foi curado. Alguns sustentam que Deus responderá a qualquer oração basta que acreditemos. Paulo não carecia de fé, mas não foi curado. Esta e outras passagens do Novo Testamento, como Filipenses 2.25-27, nos lembram que os cristãos podem sofrer em decorrência de uma saúde precária, além de outras dificuldades, sem que isso represente pecado ou falta de fé. Ao permitir os sofrimentos de Paulo, Deus tinha um propósito para sua vida [não se ensoberbecer]. Como é bom estarmos confiantes em duas situações: Quando sofremos, Deus tem em mente uma boa razão. Quando estamos fracos, podemos aguardar até que Deus nos mostre seu poder em, e através de nós”. (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia, uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro, CPAD, p. 784).



Prezado professor, nesta lição enfatize ao seu aluno a importância de reconhecermos que mesmo em meio ao sofrimento podemos ser aprovados por Deus e desfrutar das maiores e mais sublimes experiências espirituais.



Reflexão:



“A garantia de Cristo de que sua graça é suficiente e seu poder se aperfeiçoa na fraqueza nos motiva hoje. Em vez de tentar controlar nosso próprio destino, temos de nos submeter à vontade de Deus. Sempre que nos sentirmos impotentes, [quer física, relacional, financeira ou estruturalmente], podemos dizer: ‘Não se faça a minha vontade, mas a tua’ (Lc 22.42). Então, a medida que obedecemos o Senhor ativamente, poderemos reivindicar sua suficiente graça e experimentar seu poder, que ‘se aperfeiçoa na fraqueza’” (HORTON, Stanley M. I & II Coríntios, os problemas da Igreja e suas soluções. Rio de Janeiro, CPAD, p. 248).



Referência Bibliográfica

HORTON, Stanley M., Ed. Teologia Sistemática, Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 1996.

RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor Bíblico, uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro, CPAD, 2005.

HORTON, Stanley M. I & II Coríntios, os problemas da Igreja e sua soluções. Rio de Janeiro, CPAD, 2003.